O título me faz imaginar um cão correndo atrás do próprio rabo... só que ele nem tem mais rabo... foi cortado quando ainda era pequeno.
Então ele fica girando tentando abocanhar o cotoco que restou da cauda decepada... ou o vazio onde antes existia um rabo...
...E se me perguntassem "É assim que você se sente? Como o cão?" eu responderia...
"Não... me sinto como o rabo...".
São quatro horas em ponto em meu despertador. Não dormi e nem sei se o farei. Ouço os sons vindos da rua que invadem meu quarto através da janela... a cor da caneta combina com o lençol que reveste o colchão... está quente... uma noite quente.
Não é que não sinta sono... ele simplesmente esta, neste momento, palestrando devaneio em alguma sub-realidade enquanto eu continuo me auto-afirmando...
...Isto não é um sonho...
Não mesmo? Eu nunca soube dizer.
O fato é que a maior parte do tempo não consigo encontrar nada que prenda meus pés no chão da realidade comum e me faça crer que estou realmente acordado...
Há apenas esta constante sensação de ser tudo um sonho... uma ilusão... e nem sei se sou eu quem esta sonhando. Sinto não pertencer a tudo isso e sinto vazio...
Estas sensações constantes sempre me levaram a pensar demais sobre muita coisa e consequentemente a duvidar de muita coisa... até que acabei no estágio em que se duvida de tudo.
Bem, é provavel que você esteja pensando que este drama não tem nada de novo. Foi o dilema de muitos filosofos cujas obras eu nunca li e provavelmente nunca lerei.
Afinal, do que ia adiantar? Eu acabaria duvidando deles tambem...
De qualquer forma... duvidar demais acabou amplificando a minha angustia, o meu vazio e a sensação de que nada é real... consequentemente eu passei a pensar ainda mais... e pensando ainda mais acabei duvidando ainda mais... e assim por diante...
Fosse como fosse, eu precisava de respostas...
E precisava urgentemente!
E ninguem poderia me dar estas respostas! Se eu duvidava até de mim mesmo, o que dizer das outras pessoas?
Então! Depois de muito desespero e confusão em meio ao meu caos mental, eu finalmente concluí...
"Não há respostas..."
...O fato é que, ironicamente, afirmar que "não há respostas" já é uma resposta por si só...
Seja lá como for, este paradoxo fez todo sentido e pela primeira vez em muito tempo senti, não só um pouco de alivio, mas tambem como se uma grande porta tivesse sido aberta diante de mim e através dela pudesse ver a realidade comum de uma outra maneira...
Mas o que eu vi... e o que eu ainda vejo... não vou contar.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
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