sexta-feira, 31 de julho de 2009

DDDRUG MY MIND WITH ELETRONICKAL BEATS!!!


Uma bola vermelha?
Será tempero?
Será Horus?
Ja sei, é Marte é Phobos é sangue coração pulso e pulmão!!!
É JOCOSO é vontade é orgulho e magnanimidade!!!
É viagem...
É um monte de papel no chão cachoeira de informação!
É o alienista é o corcunda a cigana a bela que é fera...
É girafa é retrato é porta e prato...
É só bincadeira.
É xamã?
É irmã?
É a bola vermelha da luz na manhã!!!

AWAKE!!!


BRINGH THA WACKY RHYMES!!!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ética

Eu não faço muita idéia do que o termo quer dizer no senso comum...
Minha definição a respeito da palavra é apenas a seguinte... "Conjunto de regras auto-impostas que determinam um padrão comportamental".
Para que haja a variação do padrão comportamental primeiramente é necessario determinar as diferenças entre as coisas...
...a maioria dos seres humanos comuns realiza essa atividade incoscientemente... categorizando e dividindo...
...humanos... animais... objetos... animados... inanimados... minerais... vegetais... certo... errado... justo... injusto... verdadeiro... falso...
A segunda parte é determinar as regras... que é o mais curioso...
...geralmente essas regras tendem a "proibir" justamente o que se quer fazer...

Eh uma maneira bem humana (hipocrita) de convivio "pacifico" onde não há imposição da vontade própria sobre o outro... mesmo quando isso pode, ocasionalmente, gerar um relativo beneficio a este ser...

De forma geral... a ética é mais uma daquelas complicações humanas para situações simples que tem por objetivo inconsciente aliviar o tedio existencial...

...não sei se é etico dizer isso... mas é etico avisar que é só a minha opinião...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Lágrimas de Sangue

O velho me passou suas memórias...
Fragmentos desgastados de diversas encarnações. Todas elas envolvendo uma garota... sua filha...
...meu alvo...
Recebi em menos de cinco segundos humanos suficiente quantidade de informações para reconhecer aquela existencia em qualquer lugar... em qualquer estado... em qualquer forma...

Metade do pagamento antes... a outra metade depois...
Na fração de segundos seguinte a troca eu já não estava mais em Jalo.

É verdade que eu não fazia idéia de onde estava me metendo.
A porção de memórias que o velho me entregou era suficiente apenas para identificar aquele espirito... não havia qualquer explicação de como ela havia ido parar nas Esferas Inferiores e por que...
...e a principio eu não me preocupei em nada com isso...

Quanto mais tempo se passava mais fundo eu descia naquele emaranhando de desconexões... e quanto mais fundo eu ia mais problematico se tornava...

Se dividissemos esses reinos em camadas eu diria que as mais superficiais são "governadas" por parasitas e almas perdidas... criaturas fracas, quase sem qualquer conhecimento ou influencia... sem poderes de qualquer espécie...
Já nas camadas mais profundas o papel se inverte...
...lá... nesses poços podres que se encontram os verdadeiros demonios...
Seres que por milenios existem na escuridão...
Que por milenios lidam com aquele mesmo tipo de energia...
Deuses do caos...

Em alguns casos o próprio ambiente é uma alma... e você nem se da conta disso até ser tarde demais...
Como se de repente fosse parar no estomago de um gigante e não fizesse a menor idéia de onde está...
...e as vozes na cabeça ecoam e se repetem com intensidade... confundem...
Os fracos chegam ao ponto de não mais saber o que é pensamento deles e o que não é...

...infelizmente para mim... eu nunca gostei de desistir...

Confesso que já havia perdido completamente a noção do tempo... e uma boa noção do espaço...
Me prendia a meu objetivo e a uma unica memória...
Eu precisava dessa memória para voltar... sem ela eu estava condenado a permanecer ali...
...a fazer parte dali...

E diferente da garota a quem eu procurava... eu sabia que não haveria alguem disposto a me procurar... a se importar comigo...

Foram cerca de 1.300 anos humanos de tortura em meio ao mais profundo caos...

Naquela escuridão, coberto de sangue, suor e outras coisas nojentas... me mantendo com esforço de pé ante a pressão que toda aquela energia exercia sobre mim... maltrapilho... descoordenado... desorientado... e mais perverso do que de costume... eu finalmente encontrei...

...uma perola...

Jogada no chão imundo... esquecida...
Na forma fisica de uma perola...
...ali estava a garota... quase irreconhecivel...
Esboçando uma fraca energia inerente a sua essencia...

...uma maldita perola...
A unica memória que lhe restou... que o ambiente ao redor não conseguiu lhe arrancar...
A unica lembrança que continha toda a sua essencia... como uma semente...

...uma perola...

A peguei do chão e fechei em minhas mãos... era hora de voltar...

terça-feira, 28 de julho de 2009

Contrato

Como eu disse... o Inferno humano não é tão ruim assim...
Esta somatória de projeções... de pensamentos e idéias mutuas a respeito de um reino de caos, chamas e dor é demasiadamente simples. Nem se compara aos locais que passei a visitar... as "Esferas Inferiores".

Lugares escuros... sombrios... labirintos interminaveis de carne podre ainda viva... fétidos... oceanos de esgotos... almas perdidas, esquecidas, abandonadas por si próprias... vagando por entre os caminhos da auto-piedade... na dor do desprezo... soterradas por pesados blocos de orgulho... cegas...
E outras tantas bem conscientes... parasitas daquela energia quase estagnada... sadicamente se aproveitando da fraqueza daqueles seres...
Sangue para todos os lados... ossos... lágrimas...
Reinos sem referencias de espaço... sem "em cima", sem "em baixo"... sem paredes... vacuo completo e absoluto... onde uma série de fetos mal formados grita como porcos...
Mundos forjados em medo... angustia... ódio... raiva...

Eu desenvolvi um interesse especial por estes reinos... mas isto não vem ao caso...

Foi em Jalo que um homem de meia idade veio me procurar. Seu nome eu não me recordo...
Não que isso tivesse alguma importancia, mas ele parecia sincero... provavelmente efeito de sua apresentação fisica...
Ele se curvou como quem se curva diante de um principe e solicitou a minha atenção com uma voz que induzia a piedade. Permaneci indiferente e parei para ouvir o que tinha a dizer...

Ele me contou quem era... o que fazia... como ficou sabendo a meu respeito e a reputação que se espalhava... disse que estava desesperado e só então me pediu ajuda...

Eu já estava entediado... aquele discurso enfadonho me dava sono...

Seu desejo era que eu encontrasse e resgatasse uma certa alma das Esferas Inferiores... alguem muito especial para ele...
Já havia visto grupos de atrevidos fazerem este tipo de coisa...
Iam em bandos, vestidos de branco, cercados por uma luz própria projetada por uma auto-confiança em sua benevolencia... adentravam os mundos sombrios e induziam um "despertar" em uma ou mais almas perdidas daquele antro...
Não eram bem quistas pelos parasitas... mas estes nada podiam fazer por serem fracos demais. Ficavam apenas reclamando e nada mais...
Mas tambem haviam o escravizadores...
Em formas demoniacas eles vinham e arrastavam quantos conseguiam para seus reinos pessoais...
Vez ou outra estes "salvadores" e "escravizadores" se estranhavam...
...um belo espetaculo para alguem como eu, que não pertencia a nenhum dos grupos...

Negociamos o serviço... e a proposta de pagamento foi suficientemente interessante para me motivar...
Fechamos nosso contrato e assim eu parti para uma outra jornada que durou mais de 1.300 anos...

Kasper'lyon

Cerca de 6.800 anos humanos haviam se passado desde o dia em que atravessei os portões da Quarta Entrada do Inferno...

...apenas 6.800 anos humanos...

Não é muito, por mais que assim possa parecer... digamos apenas que é relativo...
O fato é que este período de "férias prolongadas" em um ambiente um tanto quanto hostil não passou sem deixar algumas marcas em minhas feições projetadas.
O corpo mais rigido... a face e o olhar ainda mais vazios... unhas em garras... labios palidos... a pele clara como a lua... marcas por todo o corpo... e careca...
...estava mais parecido com um animal humanóide torturado do que com qualquer outra coisa...

Cobri meu corpo com uma manta e capa e a primeira coisa que fiz depois disso foi retornar a Kasper'lyon...
O nome deste meu reino ecoou inumeras vezes em minha cabeça junto com uma série de outras insanidades durante todo o período em que estive aprendendo...
...ou sofrendo... como preferir...

De uma forma que não sei como explicar, não foi surpresa para mim encontrar o lugar na mais completa ruína...
Aquele mundo não mais me pertencia...

Durante minha ausencia um de meus mais próximos companheiros organizou um movimento e tomou o controle das forças que envolviam o equilibrio do egregora... algo bem simples para o seu nível de poder e conhecimento...

Caminhei sem pressa por entre os espiritos que mal se aguentavam de pé... ou que muitas vezes nem sequer sabiam onde estavam...

...bebados... maltrapilhos... drogados... infames...

A torre de farol que outrora guiava almavas talentosas de encontro a um reino de pura fartura e vida agora estava apagada... as ruas antes cheias de movimentos belos e graciosos agora se encontravam quase vazias... preenchidas por projeções ocas... miasmas... fragmentos tristes de realidades diversas...

Segui indiferente... cruzei as 12 pontes... atravessei as 7 portas... e subi os 357 degraus até a sala do trono de marfim... transformada numa sala de banquetes onde ninfas submissas, drogadas na euforia e na sedução do glamour, serviam lascivamente e completamente nuas ao tal companheiro e outros 5 "amigos" que agora faziam de Kasper'lyon sua morada...
...sua toca...

Reconheci entre os rostos das garotas ali presentes 3 que me eram familiares...
...mas confesso não ter sentido o minimo de pena por suas fraquezas...

Abri as grandes portas de madeira e adentrei a sala sem qualquer cerimonia...

Todos pararam... todos se calaram... todos me olharam...
...ninguem me reconheceu...
De forma alguma...

Incomodado com minha presença, o novo dono de Kasper'lyon e meu antigo companheiro se levantou do trono de marfim e socou a mesa...
O golpe, amplificado por sua energia, ecoou por toda a sala fazendo as paredes tremerem.
...nada além de um joguete simples para assustar os fracos...

Retirei meu capuz e o encarei nos olhos...

sábado, 25 de julho de 2009

Controlando o Fogo

A primeira coisa que fiz quando decidi aprender a manipular as chamas foi procurar e encontrar aquela que era conhecida como "Quarta Entrada do Inferno".
Isso levou tempo... quem quer ir ao inferno, afinal?
...eu queria...
E foi com um certo custo que consegui encontrar um guia.
Seu nome... por motivos pessoais prefiro não contar... mas o sujeitinho, relativamente parecido com um fauno e tão amigavel quanto uma serpente, por um preço justo cumpriu com sua função.

Primeiro houve um ritual... o qual, é claro, também não irei descrever. Imagine como quiser...
De uma forma ou de outra, eu nunca gostei de rituais... aos meus olhos não passam de floreados arcaícos com a finalidade de reunir energia para um propósito... menos de cinco minutos em um estado adequado de concentração fazem o mesmo serviço...
...mas, é só minha opinião... e como de qualquer forma o guia precisava disso para continuar...

Logo em seguida nos dirigimos para a parede de uma montanha a qual atravessamos como se não existisse...
Caímos em uma caverna escura, quente e fedida que seguia em linha descendente. O chão estava coberto com fuligem e quanto mais desciamos mais quente ele ficava.

Após algum tempo de caminhada fios de lava começaram a surgir escorrendo pela parede e entrando em buracos no chão... goteiras acidas presentes ali por anos já haviam formado enormes crateras...
Eu apreciava essa paisagem um pouco desconfortavel com a fumaça enquanto seguia meu guia.

Quando finalmente paramos de andar a caverna havia desembocado num gigantesco salão em chamas.
Na minha frente havia somente uma ponte feita de marmore branco e efeitada com simbolos e estatuas, terminando em um grande circulo com um buraco no meio, como uma enorme rosquinha.
Tanto a ponte quanto seu destino eram suspensos por correntes enormes e entre os sons das explosões era possível ouvir barulhos parecidos com gritos vindo dos rangidos destas correntes.

...quase assustador...

Parado no lugar, contemplando aquela magnifica arquitetura do inconsciente coletivo de sabe-se-lá quantas pessoas, fui tomado por uma euforia interessante.
O suspiro de empolgação que dei foi confundido com medo por meu companheiro que rindo-se por dentro imediatamente se ofereceu a levar-me de volta por um preço justo...

Paguei-o como havia prometido...
Emoções desgarradas de crianças torturadas nunca valeram tanto.
O cristal reluziu em sua mão e mais do que satisfeito ele se despediu.

Eu... segui em frente com os pés ardendo sobre a ponte e mergulhei no buraco no meio do grande círculo...

O que este ato me reservou não revelarei... conto apenas que cerca de 6.800 anos depois, quando o mesmo guia foi me buscar, pela primeira vez em muito tempo aquele lugar ficou tão frio quanto o polo norte...

O inferno humano não é tão desagradavel assim...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Tentando me encontrar...

O título me faz imaginar um cão correndo atrás do próprio rabo... só que ele nem tem mais rabo... foi cortado quando ainda era pequeno.
Então ele fica girando tentando abocanhar o cotoco que restou da cauda decepada... ou o vazio onde antes existia um rabo...

...E se me perguntassem "É assim que você se sente? Como o cão?" eu responderia...
"Não... me sinto como o rabo...".

São quatro horas em ponto em meu despertador. Não dormi e nem sei se o farei. Ouço os sons vindos da rua que invadem meu quarto através da janela... a cor da caneta combina com o lençol que reveste o colchão... está quente... uma noite quente.
Não é que não sinta sono... ele simplesmente esta, neste momento, palestrando devaneio em alguma sub-realidade enquanto eu continuo me auto-afirmando...

...Isto não é um sonho...

Não mesmo? Eu nunca soube dizer.
O fato é que a maior parte do tempo não consigo encontrar nada que prenda meus pés no chão da realidade comum e me faça crer que estou realmente acordado...
Há apenas esta constante sensação de ser tudo um sonho... uma ilusão... e nem sei se sou eu quem esta sonhando. Sinto não pertencer a tudo isso e sinto vazio...

Estas sensações constantes sempre me levaram a pensar demais sobre muita coisa e consequentemente a duvidar de muita coisa... até que acabei no estágio em que se duvida de tudo.

Bem, é provavel que você esteja pensando que este drama não tem nada de novo. Foi o dilema de muitos filosofos cujas obras eu nunca li e provavelmente nunca lerei.

Afinal, do que ia adiantar? Eu acabaria duvidando deles tambem...

De qualquer forma... duvidar demais acabou amplificando a minha angustia, o meu vazio e a sensação de que nada é real... consequentemente eu passei a pensar ainda mais... e pensando ainda mais acabei duvidando ainda mais... e assim por diante...

Fosse como fosse, eu precisava de respostas...
E precisava urgentemente!
E ninguem poderia me dar estas respostas! Se eu duvidava até de mim mesmo, o que dizer das outras pessoas?

Então! Depois de muito desespero e confusão em meio ao meu caos mental, eu finalmente concluí...

"Não há respostas..."

...O fato é que, ironicamente, afirmar que "não há respostas" já é uma resposta por si só...
Seja lá como for, este paradoxo fez todo sentido e pela primeira vez em muito tempo senti, não só um pouco de alivio, mas tambem como se uma grande porta tivesse sido aberta diante de mim e através dela pudesse ver a realidade comum de uma outra maneira...

Mas o que eu vi... e o que eu ainda vejo... não vou contar.