sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Parabens pra você


Sim! Eu consegui!
Não é de todo verdade que eu odeio aniversários... mas também não é de todo mentira.
No meu, o que mais me incomoda são as inumeras ligações e tudo mais.
...Se pelo menos me dessem parabens em todos os outros 11 aniversários do ano, mas cismam e fazer isso só no dia em que nasci dessa vez...
Tenso... eu passo...
E uma vez decidido a não ouvir nenhum parabens no decorrer no decorrer das 24 horas, comecei a buscar na interner alguns sortilégios...
Minha aventura começou aqui.
Quando o relógio beirava as 4 e pouco da manhã do dia do meu aniversário, decidi que estava tarde demais para dormir e cedo demais para sair de casa. Encontrei um material estranho a respeito de portais e outras passagens para o astral... um bem peculiarm por sinal, envolvendo o guarda-roupa!
Você deve estar se perguntando o que o Plano Astral poderia ter a ver com a minha aversão a congratulações de aniversário... mas se parar pra pensar um pouco perceberá que a maneira mais simples de evitar todo mundo é justamente não existindo na realidade comum!
Tem sua lógica, não?
Então eu resolvi que valia a pena testar a tal "formula do portal do guarda-roupa".

Primeiro eu arrumei meu guarda-roupas. Normalmente ele é bem bagunçado.
Liberei espaço... Muito importante isso...
Peguei meu circulo magico e prendi na porta...
Por fim, me tranquei no quarto imaginando se a coisa toda falha. Além de receber parabenizações de toda a minha familia, eu ainda seria encontrado dentro do guarda-roupa!
Um pouco ridiculo... talvez até pra mim...
De qualquer forma, uma vez que tudo estava pronto, lá fui eu... Sentindo como se estivesse entrando na cabine de uma nave espacial... E me perguntando a quanto tempo eu não entrava no meu próprio guarda-roupas... O_o
...E uma vez lá dentro eu percebi que quando criança os guarda-roupas pareciam ser bem maiores...
Me acomodei como pude numa posição fetal contorcida e cuidadosamente fechei as portas...

E uma vez que eu fiz isso, o que aconteceu?!
Ficou escuro, é claro!
Bem escuro por sinal. Não via nada!
Me ajeitei melhor, evitando fazer qualquer tipo de barulho e quando me achei numa posição comoda... ou seja, uma posição fetal um pouco menos contorcida... comecei a meditar.

To lá eu, abstraindo os pensamentos absurdos que costumam passar pela cabeça de qualquer individuo dentro de um guarda-roupa... quando finalmente começo a adormecer.

Adormecer não era parte do plano... :P Não era isso que dizia o "manual".

Mas bem... enquanto eu adormecia comecei a sentir como se a placa de madeira debaixo de mim estivesse ficando cada vez mais gelatinosa e eu estivesse submergindo, como dentro de areia movediça...

Sonolento e preguiçoso demais para reagir, simplesmente me deixei levar.

Fui engolido por uma imensidão sombria e fria numa queda lenta... prolongada... eterna... até finalmente adormecer por completo.

Acordei todo "tronxo" dentro do guarda-roupas algumas horas mais tarde. Imaginando que a coisa toda tia sido só mais uma das minhas retardadisses...
Saí de lá... e saí do quarto... fui ao banheiro... tudo como de costume...

Ouvi meu irmão em seu quarto... berrei um bom dia...

...Sem resposta...

Achei estranho, desci as escadas...
Dei bom dia pra minha mãe e...

Whatafuckahell... sem resposta tambem!

Pronto! Bastou pra eu sacar que tinha algo rolando.
Minha casa estava perfeitamente normal, mas no momento em que eu saí na rua nada era como antes...

Uma porção de caminhos absurdos se abriram diante de mim enquanto uma série de imagens congeladas em bolhas de sabão flutuavam num fluxo inconstante de tempo liquido...
Animas de todas as espécies, criaturas estranhas e outras psicoformas abstratas transitavem em meio ao infinito diante de mim...
...Haviam até quadrados e triangulos vivos...

Não fiquei muito surpreso, na verdade. Achava simplesmente que estava sonhando e decidi passear um pouco pra ver como era tudo aquilo...

Me distanciei pouco a pouco de casa... e ela por si só se afastou de mim, voando no sentido contrário...
Muito divertido e interessante.

Eu atravessei um bosque de amoreiras com amoras coloridas e brilhantes.
Havia uma porção de cachorros levando seus donos pra passear...
E eles conversavam entre si... em latim, é claro.

Depois que saí do bosque entre numa larga rua que simplesmente surgiu a minha frente. As casas eram meio molengas e contorcidas... e eu senti que até eu fiquei meio contorcido ao atravessar aquele lugar.

Rolava uma foto, teria sido legal...

Adentrei um beco que se transformou em uma mini-passagem submersa de aquário...
Peixes gigantes nadavam ao redor... além das paredes de vidro... em um oceano infinito.
Pareciam curiosos a respeito de como era possível viver com tão pouco espaço.
E por um momento eu até fiquei considerando isso... já que na realidade comum, 3/4 do planeta é dos peixes...

Depois desse pequeno passeio eu finalmente comecei a "me achar"... intuitivamente...
Comecei a chegar em lugares que me pareciam mais familiares e ao adentrar uma estranha estrutura capturei um cristal vivo e cantante que imediatamente se fracionou em minha mão em 20 irritantes fragmentos que não paravam de fazer acapelas de todas as espécies... -_-;

Usei parte da desgraça como se fosse dinheiro para pagar um senhor que, em sua carroagem bem esquisita, puxada por 12 cavalos psicologos, me prometeu levar a um lugar bem interessante.

O que é um peido pra quem tá cagado?

O caminho foi longo e de dentro da carroagem, que por sinal tinha um perfume agradavel de mostarda e capim, eu pude ver aquela imensidão de horizontes mutantes...
Fique curioso com o mudar da paisagem, até mesmo pq não parecia que nos moviamos e sim que as coisas ao redor iam simplesmente se transformando.

Por fim chegamos a um enorme cogumelo.

Quando digo enorme, é por que realmente era enorme!
Havia uma porta e um segurança que a principio pareceu não ter ido muito com a minha cara.
Ele parecia um agente do MIB...
Me encarou de cima a baixo... levantou a sombrancelha esquerda e depois num largo sorriso me deixou entrar.
Mas ao mesmo tempo que atravessei a porta saí num calçadão opaco do outro lado...

Quando virei pra trás não havia cogumelo nenhum, só o mesmo calçadão até o perder de vista.

Resolvi seguir por ali e parei para comer um churros que uma garota de quatro braços e duas cabeças vendia.

Enquanto ela preparava o churros e o cobria de pedaços de amendoim com dois braços e uma cabeça... a outra cabeça usava os outro dois braços para folhear uma revista de carros importados.

Peguei o churros e aproveitei pra me livrar de mais algumas daquelas tranqueiras cantantes.

Segui caminho até chegar em uma danceteria extremamente incomum.
Havia musiga, luzes, pista de dança, mas ninguem mais além de mim.

Como a musica era muito boa e lugar agradavel, resolvi passar lá um tempo.

Dancei quase tudo, mas nem cheguei perto de descobrir de onde vinha a musica. Acho que era da luz...

Fiquei lá até cansar e me sentir faminto... E então, assim que saí, como se tivesse lido os meus pensamentos, uma senhora bem gordinha e faladeira surgiu vendendo uma coisa muito estranha que se contorcia entre duas fatias de pães.
Olhei para aquilo com uma certa duvida... mas pra quem não ligaria de comer cachorro, o que é uma coisa estranha se contorcendo entre pães?

Estava delicioso... mas durante todo o tempo em que comi ela não parou de falar.
Pelo menos adorou os fragmentos cantarolantes.

...esse fragmentos pareciam agradar a todos na mesma proporção que me irritavam...

Quanto mais eu seguia por essas perdições alucinadas, mais sentia como se estivesse lembrando de algo...

Dei continuidade a minha jornada e fui parar num enorme jardim.
Haviam plantas e arvores de todas as espécies.
A vista do monte mais alto era fantastica! Deslumbrante!
Confesso que fiquei encantado com o lugar.
Não era o unico ali, haviam outras... coisas vivas(?)
...Mas não falei com nenhuma delas...
Ao invez disso decidi simplesmente aproveitar aquele lugar como podia.
Corri, pulei, treinei chutes... nussa, me acabei.

Só saí de lá quando percebi que estava escurecendo e então tomei um novo rumo... Guiado por duas minhocas albinas de estatura média que conversavam em alemão...

De longe, seguindo, eu não entendia nada do que elas falavam...
...Bom, não entenderia nem se fosse de perto. Eu não falo alemão...
Mas elas pareciam muito legais.

Quando dei por mim estava em um enorme mercadão!
E para minha surpresa fui reconhecido.

Uma senhora de comportamento calmo junto de sua serviçal estavam buscando o tecido perfeito para fazer uma capa magica.
Ela me reconheceu enquanto eu passava e me perguntou o que fazia ali.
Disse que estava fugindo e por um momento ela pareceu preocupada e curiosa, então continuei dizendo que não era nada grave, mas que não poderia contar o motivo por que senão não faria nenhum sentido ter me esforçado tanto pra escapar.

Ela não pareceu compreender, mas tambem pareceu não ligar.
Conversamos apenas mais um pouco e eu escapei novamente...

Dessa vez eu escolhi o lugar para onde queria ir baseado numa estranha recordação.

Adentrei um labirinto confuso, repleto de passagens, becos e afins...
Estava compenetrado naquela imensidão de caminhos que pareciam mudar.
Mesmo a minha visão parecia estar alterada ali.
Estava escuro, mas além disso era como se uma nevoa invisivel impregnasse nos olhos e não deixasse ver com clareza, confundindo e atordoando.

Foi com um certo esforço que consegui chegar ao centro!

Percebi então que o meu motivo de estar ali era por que desejava caçar dragões!

A todo momento sentia como se estivesse sendo observado e parecia algumas formas se moviam por entre as sombras e passagens. Cada curva gerava uma tensão no meu corpo... um certo medo ansioso, muito agradavel por sinal.

Nada de interessante no centro... mas já que estava me arriscando, decidi ir até o grande altar que eu tinha certeza que se encontrava ali!

O labirinto, de alguma forma decifrado em minha mente, parecia menos confuso...

Passei pouco tempo esperando no altar, aguardando para ver se encontrava algo enquanto mentalmente clamava... invocava o grande dragão vermelho...

...Mas ele não apareceu...
Então resolvi ir embora...

Voltei para o centro do labirinto onde facilmente peguei um trem...

Mal havia me acomodado no vagão quando de repente ele parou.

Em cima dos trilhos, completamente adormecido, estava um grande elemental do vento e dos relampagos.
Eu o reconheci de imediato.
O maquinista desceu e se esforço ao maximo para mover o elemental que não acordava de forma alguma! E só depois de um bom tempo conseguimos seguir viagem.

Desci do trem em uma estação que dava de frente a um beco escuro...
Segui por esse beco até parar diante de uma enorme e encantadora biblioteca.

Não pensei duas vezes antes de entrar.
Estantes e mais estantes repletas de livros de todas as espécies.
Alguns eram até mesmo bem vivos.

Haviam salas enigmaticas e criaturas voando de um lado pra outro retirando compendios e recolocando-os em outros lugares.

Peguei um livro roxo com uma enorme maçã desenhada em ouro puro na capa e comecei a ler.

A história era muito boa...

Na verdade, eu praticamente nem precisava ler...

O livro ia contando pra mim a história na minha cabeça enquanto as paginas em branco iam mostrando alguns desenhos que vez ou outra se moviam.
Apenas algumas poucas paginas eu precisava decifrar por conta própria.

Algumas horas se passaram naquele lugar e eu percebi que havia muito mais a ser contado pelo livro do que eu dispunha de tempo para ouvir... então o fechei, com um certo peso no coração, e dei continuidade a minha jornada.

Cheguei a conclusão de que já estava tarde. Eu precisava voltar pra casa...

Contei a minha situação a bibliotecaria... uma bela almofada branca, cheia de babados prateada... muito simpatica e confortavel.
Ela disse que não fazia idéia de como eu poderia voltar para a realidade comum. Mas me instruiu a procurar o Oraculo Gemeo.

Me deu instruções precisas de como eu chegaria ao Oraculo Gemeo, mas me avisou para ter cuidado...

"Os oraculos só dizem a verdade... a verdade dói... e a vezes mata..."

Me desejou boa sorte e que eu fosse forte o suficiente pra aguentar a verdade. E lá fui eu novamente...

Segui por uma trilha confusa...
Confusa pq era de ponta cabeça...
Depois passei por dois rios parados...
Segui por uma variação enorme de possiveis destinos até chegar no tal do Oráculo Gemeo... que nada mais era do que dois dedões...

Sim... uma estatua sorridente de um tio fazendo joinha com ambas as mãos...
...e seus dedões eram vivos, alegres e falantes...

Todo aquele drama de verdade doer e tal acabou sendo pura balela e os dedões falaram que a coisa era bem simples...

"Siga o caminho que as estrela cadente fazem para voltar pro céu..."

Perguntei "Só isso?"

"Sim... e se voltar aqui, traga uma pizza..."

Nada mais simples que isso...
Assim que encontrei uma estrela cadente perguntei pra ela qual era o caminho que ela teria que fazer pra voltar pro céu... e lá fui eu... seguindo a estrela...
Mais e mais estrela foram se juntando...

Quando dei por mim eu tava no meio de um rio de estrelas...

Muito bonito por sinal...

Atravessavamos um deserto e logo começamos a subir uma enorme montanha...

Exaustivo... era ingrime... mas muito divertido.

A maioria das estrelas são criaturas empolgadas e brincalhonas que adoram contar piadas...
...mas algumas dessas piadas conseguem ser piores que as minhas...
Ainda assim elas riem.

No topo da montanha havia uma providencial escada rolante turbinada.
Era só subir na budega e ela imediatamente te arremessava pra cima numa velocidade incrivel...
Como era o que as estrelas faziam... e os joinhas haviam dito que era isso que eu devia fazer... lá fui eu...

Melhor que muitos brinquedos de parques de diversão... hopi hari que nada...
Fui lançado tão alto que quase me caguei de medo quando vi tudo abaixo de mim ficando pequeno...
E não parava de subir... tudo foi ficando cada vez mais escuro... e mais escuro...
De repente eu tava no espaço!
E quando achei que ia ficar lá... flutuando pro resto da minha eternidade... comecei a cair numa velocidade tão incrivel quanto subi!

Foi desesperador por alguns momentos, mas tão logo eu vi um caminho se formando na direção em que eu estava indo... ou seja, pra baixo como uma enorme ladeira... fiquei mais calmo...

Me imaginei sendo o Sonic...
Sim, o porco espinho do jogo...

Comecei a correr ainda no ar para não tropeçar quando meus pés encontrassem o solo. E quando isso aconteceu eu estava tão rapido que parecia que saia fogo do meu tenis!

Corri num mergulho cabuloso em meio a uma escuridão profunda e senti como se atravessasse uma... gelatina?

Era algo esquisito que deixou tudo em camera lenta por um instante, mas na ocasião seguinte estava tudo rapido novamente e eu corria bem rapido descendo uma ladeira aqui perto de casa.

Quando parei, atordoado e até um pouco cansado, vi um guarda noturno pra quem perguntei as horas.

"11:30" - ele me disse...

Ainda tinha tempo...

Fui até uma praça e recapitulei tudo o que contei aqui... na verdade eu ainda omiti alguns detalhes pra não deixar a coisa toda muito enrolada.
Quando finalmente terminei de lembrar tudo, um gato preto pulou sobre a mesa de pedra adornada com azulejos que formavam um tabuleiro de xadrez em seu tampo.
Ele parou bem no centro do tabuleiro e me encarou nos olhos.
Eu poderia jurar que ele sorriu pra mim como quem diz "Eu sei o que você fez no verão passado"...

De uma forma ou de outra, encarei isso como um sinal de que já podia voltar pra casa...

E cá estou!

Cheguei faminto, cansado e encontrei um ótimo presente sobre minha cama!

Foi assim que no decorrer de 24 horas eu evitei todas aquelas congratulações cabulosas de aniversário!

2 comentários:

Minuteman disse...

foda-se vc e seu aniversario AHHAHAHAHAHAHAHAHAHA

[]s

Lennon disse...

Moon, feliz aniversário \ô