terça-feira, 11 de agosto de 2009

Laogae'danovas

A sala era enorme. Iluminada apenas por tochas e pela luz da lua que atravessava os vitrais coloridos que esboçavam estranhos e sombrios desenhos. Os carpetes pinturados exibiam um simbolo dourado. Não havia vento, mas por algum motivo eles balançavam.
As grandes pedras que formavam o chão, o teto e os pilares pareciam vibrar, ecoando um som sombrio.
Parado diante do trono estava ele. Esguio, em vestes brancas e vermelhas com o simbolo do lugar, uma espada pesada em sua bainha a esquerda do quadril e olhos tão negros que mal podiam ser vistos, exibiam somente um reflexo cruel da fraca luminosidade.
Diante de si havia um outro homem. Era alto e forte, usava roupas de couro, muito mal-tratadas. Seus braços e pernas estavam feridos e formavam pequenos filetes de sangue que escorriam até o chão. Seu cabelo loiro estava bagunçado e sujo. Parecia cansado, mas tinha a furia estampada na face. A espada em sua mão direita pendia pesada, era carregada com esforço.

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Foi um longo caminho...
Por muitas e muitas vezes eu sangrei e sofri sozinho...
E foi em vão... que muitas vezes esperei um sorriso...
...um pouco de compreensão...

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Dedo a dedo as mãos se fecharam. A pulsação vazia do coração, agora mais forte, ecoava como tambor de guerra. As paredes vibraram e trincaram, as chamas se apagaram e fragmentos começaram a despencar do teto.
Um grito poderoso como um trovão fez os vitrais se arrebentarem. Os vidros voaram para fora e iluminados pela lua se transformaram numa bela, porem mortal, chuva colorida.
A energia fluindo para fora do corpo fazia as vestes balançarem. A própria realidade parecia oscilar ao seu redor...

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Sempre deixado de lado... o mais forte...
Despedaçado, servindo apenas para liderar...
Não é estranho? Não é ironico?
Paradoxal, no minimo...

Estou cansado destes fracos...
Seres despreziveis que não sabem se culpar...

Cansado do martirio...
De me sentir traído... e sozinho...
Cansado de acordar vazio...
Com saudades do nunca visto...

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- Batalha após batalha... eu sempre venci. Superei todos os meus medos, me ergui acima de todos. Faço o que quero quando bem entendo. O que te leva a crer que pode me ferir?
- Não sou qualquer um dentre os muitos que te odeiam. Não vim aqui desperdiçar palavras. Vim para matar ou ser morto por você.
- Como muitos outros. Que troca injusta... Se me matar terá fama, glória e poder... mas eu... depois que te vencer... terei somente mais uma miseravel e patética alma em minha coleção enquanto espero o próximo idiota. Há mesmo justiça neste mundo?

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Não mais emprestarei a minha força...
Sem mais palavras de incentivo...
Que cada idiota afunde na própria lama.
No buraco de suas próprias contradições.

Não tenho mais medo de ficar sozinho
Eu simplesmente não ligo.

Eu fui rejeitado primeiro...
Diferenciado... distinguido...
Fui notado, comparado, valorizado...
E separado...

E agora, finalmente aceito isso.
Quem quiser que me siga.
Do contrário...
Que morra com o resto...

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